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Reencontrar o prazer em ler

Atuando desde 2006 em Pernambuco, o projeto resgata o interesse das crianças pela leitura e dá um novo significado às bibliotecas e às escolas

Na imaginação de muitas crianças, a biblioteca escolar é um lugar onde elas podem se sentir livres, voar alto com as mais variadas histórias de ficção, romance e ação. Desde 2006, o projeto Escola Leitora transforma esse sonho em realidade nas escolas públicas do interior de Pernambuco. Hoje, os espaços de leitura de 26 redes de ensino de Caruaru, duas de Agrestina e três em Altinho, além de duas bibliotecas comunitárias, recebem intervenções e capacitação para os profissionais através dessa iniciativa.

Preocupada com a situação precária de algumas bibliotecas das redes públicas de Caruaru, a organização não-governamental Bagulhadores do Mió desenvolveu, em parceria com a Secretaria de Educação da cidade, o programa Prazer em Ler, do instituto C&A, a primeira versão do projeto Escola Leitora na instituição de ensino público Kermógenes Dias de Araújo. “O nosso trabalho é estruturado em cinco eixos: a criação de espaços convidativos, qualificação e organização de acervos, realização de atividades de leituras com as turmas, capacitação
para os mediadores de leitura e a participação de crianças e adolescentes na formação de novos leitores”, explicou a coordenadora da ONG, Ana Escurra.

Atualmente, a Bagulhadores do Mió também conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Fundarpe, na capacitação dos mediadores de leitura e no aumento do acervo das bibliotecas. “Nesse processo de formação, professores de bibliotecas se tornam leitores e se encontram com o prazer pela leitura. Isso é fundamental – ninguém pode desenvolver o gosto pela leitura no outro dizendo: leia, que é bom!”, argumentou Ana Escurra.

Um dos maiores trunfos do projeto é a Brigada Leitora, um grupo de crianças que vai à escola depois das aulas ler para outros alunos. Na hora do recreio da Escola Álvaro Lins de Caruaru, é comum ver alunos da alfabetização aproveitando o tempo de lazer para escutar as leituras na biblioteca. “Eles gostam muito. Me sinto privilegiado em participar de um projeto que beneficia os estudantes, é como se eu ajudasse o próximo a refletir”, contou um dos integrantes da Brigada, Gustavo César Souza, 11 anos. Mas o momento predileto dos pequenos é o Sussurrando Poesias, quando os mediadores leem trechos de poemas através de um cone gigante, uma espécie de telefone sem fio, no ouvido das crianças. “Eu gosto muito, escuto coisas bonitas e aprendo a ler”, disse o ouvinte atento da alfa Jonatas da Silva.

Para desempenhar essas atividades, os meninos que participam da Brigada recebem capacitação dos professores da biblioteca. Essa interação do aluno com o bibliotecário valoriza ambos, que estão aprendendo e repassando o conhecimento.

“Eu sinto que, com o projeto, o nosso papel está sendo reconhecido na escola, e os alunos estão resgatando o prazer pela leitura. Após as atividades, eles vêm me pedir: Tia, eu quero levar esse livro emprestado!”, relembrou a coordenadora do Escola Leitora no Álvaro Lins, Gisele Rossana Macedo.

Com o projeto, o número de livros emprestados por mês, na Escola Álvaro Lins, aumentou para 1.700. No mesmo ritmo, segue a Escola Nossa Senhora de Fátima, também localizada em Caruaru, que intensificou a leitura nas salas de aula e no intervalo para o lanche. “Os alunos participam ativamente das atividades da biblioteca. Hoje, ela é um espaço vivo, e acreditamos que estamos formando cidadãos”, compartilhou a coordenadora do projeto na rede pública, Edinilza Florêncio.

O que antes afastava a curiosidade das crianças, agora, passou a ser um local convidativo, onde os alunos também se preocupam em preservar o acervo de livros. “Uma biblioteca assim mostra a importância desse espaço como ambiente de pesquisa e leitura. Os alunos se tornaram multiplicadores de leitura, e é aí que está a mudança na educação brasileira”, completou a coordenadora das bibliotecas na rede municipal de Caruaru, Ana Claudia Castro.

Na biblioteca da Escola Municipal Leonila de Souza Ribeiro, em Agrestina, o espaço já era bastante frequentado pelos alunos, mas a implantação de uma Brigada Leitora foi fundamental para despertar o interesse das crianças por determinados gêneros literários. “A gente tem um número bom de empréstimos, o diferencial agora é que ampliamos o nosso acervo com a literatura indígena e africana”, enfatizou a professora da biblioteca Nadja Borba.

BAGULHADORES DO MIÓ

Fundada em agosto de 2002, com sede em Olinda, a ONG desenvolve projetos e ações voltados à transformação da sociedade na educação, sempre enfatizando os direitos humanos. Através das expressões artísticas e da comunicação, a Bagulhadores do Mió conscientiza os grupos sociais, principalmente crianças e jovens em situação de risco, sobre os direitos e deveres de um cidadão.

A ONG trabalha a questão socioambiental, implantando medidas sociais, educativas e políticas que visam à melhoria da qualidade de vida das pessoas em vulnerabilidade. Umas de suas principais experiências são: o projeto “Escola Leitora”, “Educando para a Sustentabilidade”, “Direitos de Crianças e Adolescentes em Situação de Emergência”, entre outros.

O trabalho desenvolvido pela organização atende aos grupos de comunidades de risco e, em grande parte, do interior de Pernambuco, onde há uma carência maior de projetos sociais, quando comparado ao número dessas entidades espalhadas pelas cidades do Recife e Olinda.

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