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Uma nova porta para o exterior

No dia 1º de junho, o professor de Educação Musical Patrick Schmidt, da Universidade de Westminster, nos Estados Unidos, visitou os Meninos do Coque. Ele pode inserir a Orquestra em um compêndio internacional que reúne projetos sociais ligados à música

Uma visita especial pode mais uma vez abrir as portas para os Meninos do Coque e levar o nome do projeto a um patamar internacional. Depois de classificados como uma boa prática social no Prêmio Dubai de Melhores Práticas, no ano passado, agora, em 1º de junho deste ano, a Orquestra Criança Cidadã recebeu a visita do professor de Educação Musical Patrick Schmidt, da Universidade de Westminster, nos Estados Unidos. Além de lecionar música, Schmidt participa de um programa em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU)– o professor edita um compêndio sobre projetos sociais que trabalham com música. A ideia é incluir a Orquestra no material.

Apesar do nome inglês, Patrick é brasileiro. Há dois anos, ele ouviu falar da Orquestra do Coque e, nesta visita ao Brasil, procurou conhecer o projeto mais de perto. Entre outras atividades, veio especialmente para encontrar a Orquestra Criança Cidadã. “Uma professora de música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) me falou do projeto, quando estive em uma palestra no Rio Grande do Sul. E quando souberam que eu vinha novamente, me indicaram mais uma vez”, explica o professor.

Patrick conheceu a Escola de Música MaestroCussy de Almeida, visitou as salas de aula, viu alunos tocando e conversou com os professores. Depois, conheceu o desembargador Nildo Nery, presidente do projeto, e fez questão de cumprimentar o coordenador-geral, juiz João Targino, com quem também conversou e assistiu ao documentário sobre a Orquestra. Para o coordenador, elogios não faltaram do visitante. “É impressionante como, em cinco anos, o projeto já está alcançando essa dimensão. Está muito bem. Principalmente os planos para futuro”, afirma, se referindo à construção da Sala de Concertos Presidente Lula. No fim das contas, o professor se interessou bastante pelo projeto. “A interação entre os músicos e a musicalidade deles são muito boas. Imediatamente percebemos isso”, diz Patrick. Segundo ele, a Orquestra tem uma boa equipe de profissionais que a impulsionam sempre mais. “A impressão é que existem professores com forte entendimento musical e social. É uma relação muito importante”, alega Schmidt, que também observou um fato curioso na pedagogia do projeto. “Existem alunos separados por níveis, mas eles trabalham, também, muito juntos. Isso é ótimo pedagogicamente, porque um aprende com o mais adiantado. Esse desenvolvimento é essencial”, diz.

“MÚSICA COMO UM RECURSO NATURAL”

Assim é chamado o projeto no qual o professor Patrick Schmidt participa junto às Nações Unidas – em seu título original, em inglês, “Music as a Natural Resource – The Compendium”. O objetivo é formular um compêndio de programas ligados à inclusão social e música. De acordo com o professor, essa já é a segunda edição, que contempla projetos dos cinco continentes. “No primeiro compêndio, conseguimos reunir 72 projetos de 45 países. Agora, esperamos expandir. A intenção é alcançar projetos focados no educacional e no social, com propostas que sirvam de exemplo para o mundo”, explica.

Junto com outros quatro profissionais, Patrick viaja ao redor do planeta conhecendo projetos. A experiência é única. “A gente conhece projetos extremamente interessantes e bem diversificados. Vi, uma vez, um trabalho com comunidades da China que são inseridas socialmente através de um instrumento musical chinês, chamado ocarina. De outra, vi grupos que trabalham na Jordânia e na Palestina, nos campos de refugiados”, afirma Patrick.

É diante desse universo de projetos sociais que a Orquestra Criança Cidadã também concorre a uma vaga na segunda edição do livro “Música como um Recurso Natural”. Com fortes concorrentes disputando, os Meninos do Coque têm uma nova chance de se destacar internacionalmente. A edição do compêndio deve ser concluída em julho e entregue à ONU em setembro. De acordo com Patrick, o grande diferencial dos projetos escolhidos é o impacto que eles têm na comunidade onde atuam. “Como disse João Targino, não se pode focar apenas no profissional, porque o social e o, econômico também são importantes. O intuito é focar na estruturação”, disse o professor. Sorte para os Meninos do Coque.

Para mais informações sobre o compêndio, visite o site do projeto (em inglês):
http://www.unpan.org/Regions/Global/Directories/
Resources/tabid/456/ItemID/1836/language/en-
US/Default.aspx

MAIS UMA VISITA INTERNACIONAL

A Orquestra Criança Cidadã recebeu, no dia 4 de junho, outra visita musical: o maestro e pianista italiano Luigi Abbate. Interessado em conhecer as diferentes realidades de projetos sociais relacionados à música, ele assistiu aos ensaios da Orquestra e ficou impressionado com a capacidade rápida de aprendizado dos alunos.

Desde 2005, Abbate excursiona pelo Brasil investigando de que forma a música é usada em cada contexto social dos estados e como ela modifica a realidade desses locais. Na Orquestra Cidadã, ele conheceu o papel do projeto no resgate à cidadania de crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade no Coque. “A música faz parte da sociedade, então ela passa a ser um instrumento de luta diante dos problemas sociais”, explicou o maestro.

Ao ouvir a Orquestra “C”, formada por alunos iniciantes, tocar desde músicas regionais a composições clássicas, o pianista se admirou com a evolução prática das crianças, responsabilizando, em grande parte, a qualidade dos professores pelo mérito. “A presença do som das cordas é muito boa. Aproveitem todos os mestres que vocês têm e sempre se dediquem aos estudos, que vocês vão longe”, aconselhou Abbate.

Luigi Abbate também destacou a importância da presença do sentimento e da paixão no fazer musical, citando, como uma das maiores diferenças dos músicos europeus para os latino americanos, o valor humano que os latinos colocam na arte. “Na Europa, existe muito profissionalismo, mas os instrumentistas são mais frios. Aqui, eles agregam o lado humano à música, o que considero um grande avanço de nível”, disse o maestro.

Em homenagem a Abbate, os Meninos do CoqueEstações”, de Vivaldi, compositor italiano.

Luigi Abbate - Diplomado em piano pelo Conservatório de Música de Piacenza, Itália, o maestro Luigi Abbate também dedicou os estudos à composição, musicologia, direção de orquestra e análise musical, no Conservatório “G. Verdi”, de Milão. Ele também exerce atividade jornalística, escrevendo textos de segmento musical para revistas importantes da Itália - o maestro faz parte da Ordem Nacional dos Jornalistas da Itália. Escreve textos de crítica musical para revistas italianas e estrangeiras como Amadeus, Scherzo, Musica-Realtà e Musica.

Abbate já conquistou inúmeros prêmios
em festivais de música, concorrendo com trabalhos sinfônicos e de câmara (música feita para ser interpretada por pequenos grupos de instrumentos ou vozes em salas menores). Com a obra Apax, o maestro ganhou o Premio Internacional “Ancona”, para instrumentos de madeira, em 1986; em 1987, com Dallo Scuro, ele recebeu o premio italiano “Gino Contilli” Messina. O músico realizou diversas obras musicais para o acompanhamento de peças teatrais, apresentações de orquestras e sextetos, entre outros.

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