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Um Natal para o Coque

O Natal da minha comunidade é repleto de luzes, pisca-piscas, reuniões familiares, confraternizações entre os moradores. Parece que todo mundo esquece os seus problemas; as crianças aproveitam para brincar até mais tarde do que de costume, sem se preocupar com nada.

Imagino que uma menina carente e bem simples esteja brincando nas ruas do Coque com seus amigos do bairro e, de repente, sua mãe grita de longe. “Menina, vem dormir!”. Toda a alegria da brincadeira desaparece, mas como ela sabe que sua mãe tem medo que algo de ruim lhe aconteça, não teima e logo está em casa.

Ao deitar, logo pegou no sono. Não demorou muito e começou a sonhar com uma grande quantidade de brinquedos passando na TV. Era o noticiário da tarde, onde a apresentadora disse:

- Amanhã, será doada uma pilha de brinquedos para todas as crianças das comunidades do Coque e Cabanga, às 15 horas, no 7° Depósito do Exército, que fica no bairro do Cabanga. Não se esqueçam de levar seus filhos. Tem presente para todos.

Parecia que tudo era muito real, e a menina disse a sua mãe:

- Mãe! Nós iremos, não é?

- Claro, querida! Chame seus amigos!

– Respondeu a mãe ao ver a alegria da sua filhinha.

Ao chegar a hora do grande evento, a menina apressa a mãe:

-Vamos! Vamos! Senão, iremos perder os presentes.

- Calma, filha, tem muitos presentes! Quem sabe eu também não ganho um?

– A menina começou a sorrir e acalmou-se.

Já na portaria do quartel, elas avistam uma imensa fila de crianças e seus pais. Durante a entrega dos brinquedos, havia um grupo de crianças, que estavam tocando uma música envolvente e bem suave.

Enquanto ouvia a melodia, a menina pensou: “Que bom seria que todos os anos tivéssemos um Natal assim: com todas as crianças felizes, livres da violência e pobreza, com muito amor, paz e saúde. Afinal das contas, é uma época divina em que se celebra o nascimento de Jesus e que deve ser festejada com muita harmonia entre as pessoas”.

Em sua mente infantil, mas consciente das necessidades e problemas das pessoas do bairro, ela pensou mais um pouco – porém, dessa vez pensou alto e todos a ouviram. “Se todas as pessoas que têm condições financeiras melhores pensassem nas outras e contribuíssem com doações, poderíamos, sim, ter um Natal melhor todos os anos”.

No intervalo da apresentação, a meninas percebe que um homem muito emocionado chorava de alegria. Ela então se aproxima e pergunta:

- Quem é você e por que está chorando?

- Meu nome é Cussy de Almeida, e choro porque vejo que Deus ouviu minhas orações. – Respondeu o senhor.
Ela ficou meio que sem entender a reposta que o senhor havia lhe dado, mas continuou a sorrir e, quando voltou os olhos novamente para ele, o viu sorrindo. Tentou falar para sua mãe, mas só os seus olhos puros podiam vê-lo.

Chega a hora tão esperada, e sua mãe diz:

- Venha, filha, é sua vez!

A menina corre e abraça uma linda boneca, depois agradece ao garoto que lhe entregou o brinquedo. Ela, muito curiosa, pergunta ao menino:

- Quem são vocês?

- Somos a Orquestra Criança Cidadã Meninos do coque – responde o garoto.

Ela abre um sorriso imenso e agradece, mais uma vez, a todos os componentes da equipe musical.

De repente, a garota começa a sentir uma sensação estranha. Estava sendo balançada. Era a sua mãe tentando lhe acordar, dizendo:

- Filha! Filha! Acorde!

Ela, meio assustada, disse:

- Mãe, você sabia que podemos ter um Natal melhor. Eu sonhei...

Sem deixá-la terminar, sua mãe bem eufórica, disse-lhe:

- Filha, existe um projeto de música que está chegando para a nossa comunidade...

- Desculpe-me mãe, mas eu já sei qual é. É a ORQUESTRA CRIANÇA CIDADÃ MENINOS DO COQUE – ela interrompeu a mãe, com um grande sorriso no rosto.
Por Kennedy Ferreira, 13 anos, toca violoncelo na Orquestra Criança Cidadã

Na minha opinião, o melhor presente de Natal para a comunidade do Coque seria a realização de mais projetos sociais e profissionalizantes, tendo como exemplo o projeto Orquestra Criança Cidadã, que deu certo. Mantendo, assim, os jovens ocupados, fora das ruas, das drogas e da criminalidade.

Júlio Cesar Junior, 17 anos, toca viola

A visão que a nossa sociedade tem da comunidade do Coque é de um lugar onde só tem assassinatos, vandalismo, roubos, tiroteios, tráfico, apenas coisas ruins. Mas o que a maioria das pessoas não sabe – ou não quer enxergar – é que no Coque existem pessoas do bem, famílias de boa índole, felicidade, amor ao próximo, compaixão e muita esperança de que, um dia, esse lugar mude para melhor. Então, neste Natal, eu desejo, de todo o coração, mais segurança para a nossa comunidade, para que realmente possamos ter um Natal feliz e seguro.
Brenda Nunes, 12 anos, toca violino


Educação, para mim, é quando a pessoa se desenvolve intelectualmente para conseguir viver em sociedade. Nós sabemos que o nosso País deve promover a educação de seus cidadãos. Apesar de estarem nascendo vários projetos, eles ainda não são suficientes para todos terem acesso à educação. Assim, um presente de Natal que eu gostaria para o Coque seria a implantação de um projeto que estimulasse todos a estudarem e terem uma boa educação.
Luáuria Lucena, 11 anos, toca piano

Neste Natal, eu gostaria que, na comunidade do Coque, houvesse verdadeiras festas com mais segurança, brincadeiras, paz e muita felicidade, para que realmente possamos ter um Natal feliz.
Diana Amorim, 15 anos, toca violoncelo


A diminuição da violência no Coque seria um bom presente de Natal. Por causa dela, nós não podemos sair sem medo para cumprimentar nossos amigos da comunidade. Nossas mães ficam com medo e acabam não deixando a gente sair. Criar um projeto para tirar os jovens das ruas também seria um ótimo presente, para que eles tivessem uma oportunidade de conquistar seus direitos de fazer parte da sociedade como um cidadão.
Glayce Nayane, 12 anos, canta no coral

O que eu quero de presente de Natal para a comunidade do Coque é mais segurança. Para mim, seria muito bom saber que poderia estar junto à minha família e à comunidade sem me preocupar com a violência e aproveitar bastante as festas de fim de ano.
Maria Alexssandra Lopes, 12 anos, toca violino

Um presente que poderiam dar para o Coque seria mais policiamento para acabarmos com a violência, com o tráfico de drogas. Que prendessem os bandidos que matam pessoas inocentes na nossa comunidade.
Robetz, 13 anos, toca violino

Policiamento, saneamento, fim de preconceitos e mais projetos sociais seriam ótimos presentes de Natal para a comunidade do Coque. E, principalmente, oportunidades para que os jovens cidadãos consigam exercer seus direitos na sociedade.
João Pedro Lima, 14 anos, toca violino

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